A química dos Antidepressivos - Como os antidepressivos agem no cérebro?

Considerada o mal do século, depressão é uma doença psiquiátrica que tem sintomas de tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo, entre outros. E pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Porém, aqui iremos abordar apenas a parte química de como a depressão age no nosso cérebro.

Como a depressão afeta o cérebro?

Os cientistas não têm uma única resposta para essa pergunta, mas existem algumas hipóteses para essa explicação.

Uma é a “hipótese da monoamina”. De acordo com os cientistas, a depressão seria resultado do baixo nível de neurotransmissores monoaminas, mais conhecidos como serotonina, dopamina e noradrenalina.

Outra hipótese, envolve a neurotrofina que é uma proteína responsável pela criação de neurônios, mais conhecida como BNDF (fator neurotrófico derivado do cérebro, traduzido do inglês). O BNDF está diretamente associado ao estresse e a dor e quando está em baixos níveis no corpo resultaria no estado depressivo.

Entretanto, as duas hipóteses têm evidências que dizem o contrário devido à complexidade da doença. Com isso, os antidepressivos podem agir de várias formas.

Como os antidepressivos atuam?

• Antidepressivos tricíclicos

Existem os antidepressivos que aumentam os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro, eles são os antidepressivos tricíclicos. Eles foram os primeiros medicamentos a serem desenvolvidos para depressão, sendo descobertos no fim da década de 1950. Abaixo temos alguns exemplos dos principais ativos desses antidepressivos:

• Antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (IMAO)

Há também os antidepressivos que impedem a degradação e inativação dos neurotransmissores, são os antidepressivos inibidores da monoaminoxidase (IMAO). E a sua atuação é mais completa, pois o medicamento evita de degradação da serotonina, dopamina e noradrenalina. Entretanto, eles produzem mais efeitos colaterais que os antidepressivos tricíclicos. Abaixo temos alguns exemplos dos principais ativos desses antidepressivos:

• Inibidores da recaptação dos neurotransmissores

Outro tipo de antidepressivo é aquele que impede a recaptação do neurotransmissor, com isso os níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina ficam mais altos no sistema nervoso central.

Inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina (ISRSN)

Inibidores da recaptação da serotonina (ISRS)

Saúde mental em pauta

O número de pessoas diagnosticadas com depressão está crescendo ao mesmo tempo que mais pessoas estão falando sobre saúde mental, atualmente existem diversos tratamentos para depressão e outros transtornos, mas a falta de apoio e a vergonha associadas aos transtornos mentais pode ser uma barreia para o acesso ao tratamento. As previsões indicam que os números vão continuar aumentando, por isso não deixe de buscar tratamento quando necessário.

Atenção: Os antidepressivos não devem ser utilizados sem prescrição médica, uma vez que podem causar reações adversas graves. Além disso, é fundamental comunicar o médico sobre a vontade de parar o uso do medicamento, pois a interrupção de forma abrupta pode causar sintomas desagradáveis, por essa razão, é recomendada uma redução gradual da dose.

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Referências

Gonsales, Tatiane. Antidepressivos: para que servem, tipos e efeitos colaterais. Minha Vida. Disponível em: < https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/35394-antidepressivos#:~:text=Antidepressivos%20s%C3%A3o%20todas%20e%20quaisquer,neurotransmissores%20do%20sistema%20nervoso%20central>. Acesso em: 05 fev. 2020

Major Classes of Antidepressants. Compound Interest. 20 ja. 2015. Disponível em: < https://www.compoundchem.com/2015/01/20/antidepressants/>. Acesso em: 05 fev. 2020

Antidepressants. Chemistry libretexts. 10 ago. 2020. Disponível em: < https://chem.libretexts.org/Bookshelves/Biological_Chemistry/Supplemental_Modules_(Biological_Chemistry)/Pharmaceuticals/Antidepressants>. Acesso em: 05 fev. 2020